Para que temos problemas? Quanto mais convivo com professores, menos entendo o que eles querem…
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O que é eufemismo corporativo?
Eufemismo é uma figura de linguagem que consiste em tornar mais leve e palatável o sentido de uma expressão ou de uma palavra. Dizer que um aluno não se saiu muito bem num exame ou um funcionário não alcançou os resultados desejáveis em sua avaliação de performance é a mesma coisa que dizer que ambos foram reprovados. Nesse caso o eufemismo, figura preferida dos politicamente corretos, serve para dizer, não dizendo. Para falar sem magoar ou ofender, mas o resultado final é que ambos foram reprovados e pronto.
Quando lemos matérias corporativas ou participamos de reuniões, palestras ou cursos, volta e meia, ouvimos/lemos expressões que prejudicam a compreensão do todo, porque não sabemos exatamente do que se está falando. Ou porque ouvimos jargões vazios ou que servem para excluir as pessoas, ou porque se usa o eufemismo corporativo. Chefes falando sem dizer.
É verdade, inclusive, que os eufemismos, ainda mais que as metáforas, tomaram conta, de uma hora para outra, não só do mundo corporativo, como do mundo das pessoas em suas atividades mais corriqueiras.
Nossa empregada doméstica virou nossa secretária; eu como empregado de uma empresa virei colaborador; os vendedores viram agentes de relacionamento ou consultores; os cobradores se transformaram em negociadores; os clientes agora são parceiros ou em algumas empresas do ramo de saúde viraram “vidas”. É muito eufemismo para pouca modificação, mas, infelizmente, os rótulos que damos às pessoas parecem produzir alguns efeitos práticos.
Volto a dizer que não vejo grandes mudanças operadas pelo jogo de palavras em si, creio mesmo que muito pedantismo linguístico pode servir para esconder muita incompetência profissional também.
Mas, de qualquer forma, quero reforçar que uma coisa é não se deixar levar pela maré dos jargões, outra é simplesmente desconhecê-los. Se ocupamos uma posição de destaque como Welsh, Bezos, Zuckemberg ou Jobs, podemos nos dar ao luxo de escolher qualquer tipo de comunicação, mas, do topo, o mundo é um pouco diferente. Para gente comum como eu, você, é melhor se comunicar sem grandes rodeios, mas saber navegar pelos sete mares.
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