Qual a relação entre educação e mercado de trabalho?

Essa pergunta chega a parecer estúpida. Se eu a fizesse em público, tenho certeza de que muita gente iria rir de mim. No entanto, se eu apontasse o dedo para as pessoas que riem e perguntasse a elas “Por que vocês estão rindo?”, tenho certeza de que o constrangimento iria mudar de endereço. Parece uma pergunta que possui resposta óbvia, mas não é assim.

Primeiro, é preciso entender que ensino-aprendizagem é uma coisa e educar-se é outra. Só podemos chamar de educação, aquilo que sobrou para nós depois de sermos ensinados. Vou esclarecer: eu ensino meu filho a não falar de boca cheia, não comer com a boca aberta, dizer obrigado, por favor ou com licença, se ele incorpora na sua vida esses comportamentos, as pessoas dirão que ele é uma pessoa bem-educada e não bem-ensinada. Entendem? Acho que agora ficou mais claro.

Portanto, não adianta fazer faculdade, conseguir diploma, fazer pós-graduação ou doutorado, que o mercado de trabalho não reage de modo direto à sua formação. O mercado de trabalho quer sempre saber o que sobrou de seu, depois das formações técnicas. O mercado quer saber se você sabe fazer, se é adaptável, multitarefa, sabe trabalhar em grupo, tem inciativa ou se é apenas alguém buscando um salário no final do mês, esperando a aposentadoria ou acumulando papeis para uma futura ação trabalhista.

Enquanto você estiver estudando ou ainda mais depois de formado, mantenha sempre ativo o foco sobre o que é que o mercado (sempre em constante mudança) espera de alguém como você. Prepare-se para isso não apenas tecnicamente, mas crie relacionamentos, faça mais do que esperam, esteja sempre preparado para aprender, ouça conselhos, ensine pelo exemplo, faça mais do que fale, vibre com as suas conquistas e a do grupo a que pertence, assuma suas culpas e, mais que isso, não confunda querer mais, com querer o que é dos outros. Educação e mercado trabalho são irmãos e se dão bem.